Do GC a geração de sell out: como os supermercados podem usar inteligência artificial na prática

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Lúcia Helena de Camargo -

Conheça 7 vantagens segundo especialista da Bain & Company em evento da Neogrid


Foto: Adobe Stock

As aplicações no varejo da inteligência artificial (IA) generativa estão apenas no começo, mas avançam rapidamente. “Ninguém mais quer o chatbot limitado, que pede: ‘digite 1 para falar com o canal de vendas’; ‘digite 2 para falar com atendimento ao consumidor’ e não tem capacidade de resolver qualquer questão mais complicada”, afirma Lucas Brossi, head de Advanced Analytics na Bain & Company da América do Sul, que proferiu uma conferência na sede da Neogrid sobre o assunto na última semana. “A inteligência artificial generativa já é o presente".

Desde 2022 a Bain & Company é parceira da OpenAI, empresa de pesquisa e implantação por trás dos sistemas de inteligência artificial ChatGPT, DALL·E e Codex. As tecnologias da OpenAI foram incorporadas aos sistemas internos de gerenciamento de conhecimento, pesquisas e processos. “O foco é sempre na eficiência e na busca por obter para os clientes um desempenho extraordinário a partir da análise de dados”, diz Brossi, profissional responsável pelas áreas de data Science e machine learning, com mais de 20 anos de experiência no manejo da inteligência artificial.

Sob medida

“O potencial de uso da IA nos negócios é gigantesco, infinito. Ao emular as respostas reais que seriam dadas por um ser humano, contando com o volume de dados que é capaz de analisar simultaneamente, chegamos a soluções incrivelmente eficientes, como criar anúncios de produtos sob medida para alguém da geração millennial (pessoas nascidas entre 1981 a 1995)” ou pedir que faça um resumo dos principais comentários postados pelos consumidores naquele dia, revelando padrões e sugerindo estratégias para sanar eventuais insatisfações apontadas”, exemplifica o especialista da Bain & Company.

De acordo com Brossi, a IA pode ser útil no varejo supermercadista principalmente nesses fatores:

1 - Na criação de catálogos de produtos
2 - Para obter e analisar impressões de consumidores em relação à experiência de compra, para descobrir novos produtos
3 - Na organização de gôndolas
4 – No gerenciamento e readequação de categorias
5 – Em capacitações
6 – Em todo o escopo da cadeia de suprimentos
7 – No engajamento e aquisição, além de suporte e criação de estratégia de vendas, entre outros

Exemplo prático: venda de itens para churrasco

Para que o público pudesse visualizar uma aplicação prática, o time da Bain & Company apresentou no evento um exemplo de uso da IA generativa para a elaboração de um potencial churrasco para 20 pessoas, sendo que duas seriam veganas. A ferramenta trouxe rapidamente uma lista de compras com carnes, vegetais para a salada e bebidas, sendo que para os veganos foi sugerida proteína de soja. Quando o usuário informou que o valor da compra excederia o orçamento, a IA então trocou a carne a servida, de picanha por alcatra, reduzindo a conta do supermercado de R$ 600 para R$ 500. 


Foto: Divulgação

Algumas empresas globais já fazem regular da IA. Carrefour, Coca-Cola, Microsoft, Spotify, entre outras. Um case considerado particularmente bem-sucedido foi executado pela Mondelez na Índia. A empresa lançou um comercial com vídeos gravados por uma celebridade local. A peça foi customizada, com ajuda da IA, por milhares de pequenos negócios, que usaram as peças em suas redes sociais. 

Ao aproveitar as fontes dos chamados dados não estruturados, a IA pode compreender intenções, planejar, gerar conteúdo (texto, imagem, código de computador, áudio, vídeo) e interagir com outros sistemas. Brossi considera, no entanto, que é preciso avançar no campo da ética, do aprendizado e do julgamento, uma vez que as máquinas ainda não conseguem fazer uma análise 100% segura do caráter e das intenções de uma pessoa ou de sistemas maliciosos, o que pode ser perigoso quando envolve transações de crédito, por exemplo, dentro das quais podem ser inseridos modelos de fraudes. 

Algumas redes já fazem uso de IA, como é o  caso do SuperNosso  e do  Cencosud .

Patrimônio em dados

“Hoje, os dados são o maior ativo das organizações”, resume Jean Carlo Klaumann, CEO da Neogrid. Com carteira de clientes que reúne 444 mil varejos físicos e mais de 2,5 mil online, a Neogrid armazena seis petabytes (PB) de dados, o que significa 1015 bytes (10 elevado à potência 15) ou 1.000 terabytes.  “Queremos usar todo esse volume de informações de que dispomos para integrar indústrias, varejos e distribuidores em sistemas inteligentes, que beneficiem a todos”, diz. 

De acordo com a agência Euromonitor, o varejo brasileiro movimenta R$ 1,7 trilhão anualmente, sendo 40% dessa cifra representada pelo varejo alimentar. “A inteligência artificial nos aproxima dos consumidores, cada vez mais exigentes e diversos, ao possibilitar o trânsito confortável pela omnicanalidade, pelos novos formatos (como vendas por mídias sociais) e até criar soluções para anseios de consumo consciente, por exemplo”, diz o CEO. 

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